07 dezembro 2010

Homem Na Estrada: Racionais Mc's

Essa música irá retratar a pobreza, bem como suas múltiplas expressões como a violência, as drogas, entre outros fatores os quais incidem na vida dessas pessoas, que lutam pela sua sobrevivência a cada dia, sem ter, muitas vezes, o mínimo para a satisfação de suas necessidaes mais básicas, como saneamento básico.
Entemos que, é nesse contexto, porém não se reduz a ele, que a assistência social se introduz, para que faça valer a garantia do direito à essas pessoas.
"Equilibrado num barranco um cômodo mal acabado e sujo,
porém, seu único lar, seu bem e seu
refúgio.
Um cheiro horrível de esgoto no quintal,
por cima ou por baixo, se chover será fatal.
Um pedaço do inferno, aqui é onde eu estou.
Até o IBGE passou aqui e nunca mais voltou.
Numerou os barracos, fez uma pá de perguntas.
Logo depois esqueceram, filha da puta!
Acharam uma mina morta e estuprada,
deviam estar com muita raiva.
"Mano, quanta paulada!".
Estava irreconhecível, o rosto desfigurado.
Deu meia noite e o corpo ainda estava lá,
coberto com lençol, ressecado pelo sol, jogado.
O IML estava só dez horas atrasado.
Sim, ganhar dinheiro, ficar rico, enfim,
quero que meu filho nem se lembre daqui,
tenha uma vida segura.
Não quero que ele cresça com um "oitão" na cintura
e uma "PT" na cabeça.
E o resto da madrugada sem dormir, ele pensa
o que fazer para sair dessa situação.
Desempregado então.
Com má reputação.
Viveu na detenção.
Ninguém confia não.
...e a vida desse homem para sempre foi danificada.
Um homem na estrada... "

03 dezembro 2010

* SEMPRE POBRES? *

     Não se pode falar de assistência social sem falar de pobreza e questão social. Hoje temos um impasse conceitual entre alguns autores que denominam e distinguem “pobreza estrutural” e “nova pobreza”.

  Um indicador, definido a partir de rendimentos monetários, fornece apenas uma medida indireta da pobreza, porque privilegia o mercado. É insuficiente, porque a pobreza é por natureza multidimensional.

  O processo de naturalização da pobreza, desloca, perde a condição de fenômeno social - de questão social, abstrai sua dimensão fundamentalmente política. O entendimento que hoje prevalece é de que a pobreza é questão de acesso à renda.

  Mesmo com avanços no que se refere o acesso da população pobre a bens e serviços básicos, o Brasil está no patamar de países pobres da África, ocupando o quinto lugar na concentração de riqueza, ou seja, de desigualdade social.

  É urgente buscar novas formas de articulação entre o econômico e o social e assumir a questão da pobreza e da desigualdade social como um fenômeno estrutural, para seu possível enfrentamento eficaz.




(Pierre Salama – O tamanho da pobreza e Amélia Cohn - O lugar do social)