03 dezembro 2010

* SEMPRE POBRES? *

     Não se pode falar de assistência social sem falar de pobreza e questão social. Hoje temos um impasse conceitual entre alguns autores que denominam e distinguem “pobreza estrutural” e “nova pobreza”.

  Um indicador, definido a partir de rendimentos monetários, fornece apenas uma medida indireta da pobreza, porque privilegia o mercado. É insuficiente, porque a pobreza é por natureza multidimensional.

  O processo de naturalização da pobreza, desloca, perde a condição de fenômeno social - de questão social, abstrai sua dimensão fundamentalmente política. O entendimento que hoje prevalece é de que a pobreza é questão de acesso à renda.

  Mesmo com avanços no que se refere o acesso da população pobre a bens e serviços básicos, o Brasil está no patamar de países pobres da África, ocupando o quinto lugar na concentração de riqueza, ou seja, de desigualdade social.

  É urgente buscar novas formas de articulação entre o econômico e o social e assumir a questão da pobreza e da desigualdade social como um fenômeno estrutural, para seu possível enfrentamento eficaz.




(Pierre Salama – O tamanho da pobreza e Amélia Cohn - O lugar do social)

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